segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Mania de Casal - Casal comemora 70 anos juntos


Em 70 anos de casamento, celebrados neste fim de semana, o casal Maria Justina Ferreira de Assis, 87 anos, e Benedito Antônio de Assis, 91, acumulou mais que experiência para habilitá-los ao ensino ou revelação dos segredos de uma união duradoura.

Mesmo porque, não é tão comum encontrar casais que vivem ou viveram juntos por sete décadas. Mas o que esse casal vem praticando desde o juramento do “sim, até que a morte nos separe” é, ou pelo menos deveria ser, do conhecimento de todos os seres humanos, independe da condição civil.

Quem os conhece atesta que dona Maria e “seo” Dito exercitam o amor, respeito mútuo, paciência, alegria e o valor à família, com uma generosa dose de bom humor.

Pais de 14 filhos, dos quais dois morreram nos primeiros anos de vida, o casal vive com a casa cheia de filhos, netos, bisnetos, genros e noras. E, óbvio, muito barulho. Do jeito que dona Maria gosta.

Acostumada à movimentação, falatório e gargalhadas em casa, dona Maria se confessa inimiga do silêncio e da solidão. Ela admite que nas raras vezes em que se vê em casa quase sozinha, com o marido e a filha solteira, tem necessidade de ligar o rádio para ouvir vozes.

O casamento deles já está na quarta geração. Os filhos, mesmo com três deles optando por se manterem solteiros e sem descendentes, a família contabiliza 30 netos, 26 bisnetos e um tataraneto.

Na casa deles, qualquer reunião de final de semana se transforma em grande festa. Foi necessário até aumentar a área coberta no torno da moradia para melhor acolher os familiares.

Dona Maria não vê segredo para ficar casada tanto tempo, assim como não enxerga dificuldade, pelo menos no tempo dela, para criar tantos filhos. Ela conta que moravam no sítio, em Bauxi, distrito de Rosário Oeste(120 quilômetros de Cuiabá), onde os filhos cresceram livres e o lazer incluía banho de rio e comer fruta do Cerrado.

Em Cuiabá, para onde vieram depois de uma rápida temporada em Rosário, em busca de mais estudos para os filhos, uns adultos outros na adolescência, todos continuaram a obedecer e respeitar os pais.

Nessa família, pedir a benção dos mais velhos é uma exigência seguida à risca por filhos, netos, bisnetos e tataraneto. De fala mansa e sorriso fácil, é dona Maria Justina quem mantém o hábito. Ela é acolhedora, se preocupa com todos, mas também é exigente e dá bronca, avaliam filhos, genros, netos, bisnetos.

Aos 87 anos, dona Maria aparenta um vigor físico de dar inveja. E olha que ela não criou “apenas” os 12 filhos, mas também 10 netos. Ainda hoje, ela costura, faz doces, bolos e refeições saborosas.

Já “seo” Dito, o provedor da família, sempre se preocupou mais em como manter os filhos bem assistidos, como aprendeu sobre o que seria o principal papel do homem.

Agora, com a idade avançada e sequelas de um derrame, é a mulher e os demais descendentes que o assistem.

Os efeitos do tempo e da doença, porém, não lhe tiram a alegria de reunir a família e o bom humor característico. Foi ele, por exemplo, que semanas antes lembrou que faria 70 anos de casado e pediu uma festa para comemorar. Também foi quem disse em meio a gargalhadas, que se casaria de novo, numa referência à renovação dos votos, “para fazer mais uns 13 filhos”.

A celebração religiosa das Bodas de Vinho aconteceu ontem, na igreja Santa Isabel da Hungria, no bairro Santa Rosa II, em Cuiabá, seguida de festa na casa do casal, no mesmo bairro.

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